Mesa Diretora da Casa decidiu encaminhar ao Conselho de Ética pedido para que Carlos Leréia perca mandato por envolvimento com Cachoeira
Um dia depois do encerramento dos trabalhos da CPI do Cachoeira, que terminou sem nenhum indiciamento, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu ontem encaminhar ao Conselho de Ética da Casa um pedido de cassação do mandato de Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) por envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O relatório do deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), feito na comissão de sindicância da Corregedoria, foi aprovado por unanimidade pelo comando da Casa.
Leréia é amigo pessoal de Cachoeira. Para Goergen, porém, o envolvimento é, também, “de negócios”. “A relação dele é acima da amizade, é uma relação de ganhos e intimidade que não se compatibiliza com o mandato parlamentar”, disse o deputado gaúcho. Ele afirmou ver semelhanças com o caso de Demóstenes Torres (ex-DEM), cassado pelo Senado por seu envolvimento com o contraventor. “A diferença com o Demóstenes é só que o Leréia nunca mentiu sobre sua relação com o Cachoeira.”
O relator do processo de Leréia observou como elementos de quebra de decoro o fato de o deputado ter avisado o contraventor sobre investigações, ser sócio dele na posse de um avião e usar um telefone celular dado por Cachoeira para tentar fugir de grampos. Em sua defesa, Leréia tem sustentado que a relação com o contraventor é apenas de amizade.
‘Réu confesso’. O encaminhamento do pedido de cassação foi aprovado por unanimidade. Alguns parlamentares chegaram a chamar Leréia de “réu confesso” por ele ter reiteradamente assumido sua relação com Cachoeira, inclusive discursando na tribuna em defesa do amigo enquanto ele estava preso.
Com o fim dos trabalhos no Congresso, Leréia só começará a ser processado no próximo ano. Apesar da recomendação pela cassação já constar do relatório da comissão de sindicância da Corregedoria, o Conselho de Ética poderá optar por aplicar uma pena alternativa como advertência ou suspensão. A decisão final, porém, é do plenário.
Apesar da unanimidade na Mesa, Goergen admite serem pequenas as chances de o processo levar a uma cassação no plenário. Ainda que o Conselho de Ética respalde o parecer pela perda do mandato, a votação final tem a proteção do voto secreto.
Além de encaminhar o caso para o Conselho, a Mesa concordou com o arquivamento dos processos contra os outros deputados citados no esquema: Sandes Júnior (PP-GO), Rubens Ottoni (PT-GO) e Stepan Necerssian (PPS-RJ), mencionados no âmbito da Operação Monte Carlo da Polícia Federal.
O processo contra Leréia é o único desdobramento das denúncias de envolvimento de políticos com o contraventor que ainda continua no Congresso.
Fonte: Estadão
Os Goianos que tem vergonha na cara, tem pressa em saber o porque da lentidão no sentido de concluir o processo em comento, uma vez que, em constatando a culpa, a cassação já deveria ter sido ocorrida, para o bem do povo Goiano e felicidade geral da nação Brasileira