De conscientização na hora dos gastos à ajuda ao próximo, educação financeira pode auxiliar crianças e adolescentes a terem um futuro mais promissor

 A educação financeira é inserida no formato de aulas regulares na grade curricular, com material específico e linguagem apropriada para cada faixa etária, por meio de situações-problema relacionadas ao dia a dia do aluno. O importante para esse programa é a ampliação do enfoque, antes estritamente matemático, geralmente dado ao assunto, para uma abordagem comportamental, que trabalha, simultaneamente, capacidades cognitivas, afetivas e sociais, além de oferecer cursos de capacitação a professores, palestras e outras atividades a alunos, pais e comunidade no entorno da escola.

Estas escolas e prefeituras se anteciparam à Enef e à Lei 171/09, que tramita no Senado sobre a obrigatoriedade da educação financeira em escolas das redes pública e privada de ensino.

Carlúcia Mendonça Lisboa, coordenadora do ensino fundamental II da Escola Internacional que fica em Goiânia, explica que as crianças que têm educação financeira desde cedo, devem ter uma consciência dos seus gastos, de como seus pais e eles mesmos no futuro, ganharão seu dinheiro. Dessa forma, aprendem a lidar melhor com as situações adversas que norteiam o tema e, principalmente, a dar mais valor ao que ganham e como gastam. “Nossa escola lida com crianças nas quais os pais possuem um poder aquisitivo alto, vimos a importância de eles saberem de onde vem o dinheiro. Nossa proposta é motivá-los a lidar melhor com isso”, explica.

Ela lembra que a orientação dos alunos é feita de maneira natural, eles devem se planejar para alcançar metas escolhidas por eles mesmos. “Como por exemplo, ir ao Parque Mutirama. Os alunos têm que criar uma tabela, definirem com que e quanto irão gastar. A média é de dois meses para arrecadarem esse valor. Desde pesquisa de preços até como irão levantar esse dinheiro, nós oferecemos os meios, mas eles é quem fazem de fato todo o processo”, esclarece Carlúcia.

A psicóloga e educadora financeira da Dsop Dayane Godinho explica que formar um hábito é mais fácil do que trocá-lo, portanto, quando a educação financeira é inserida de forma concomitante à educação formal, são maiores as chances do aluno de incorporar no cotidiano o que aprendeu. “Desta forma, terão condutas mais saudáveis e equilibradas em relação às finanças, o que também influencia em outras áreas da vida, pelo desenvolvimento da paciência, tolerância, escolhas equilibradas, planejamento, dentre outras competências associadas à educação financeira”, diz.

Ela lembra que a educação financeira inserida na escola contribui para a criação de uma nova geração de pessoas independentes financeiramente, que aprendem, desde cedo, a utilizar o dinheiro de maneira saudável e consciente para a realização de seus sonhos. “Atualmente são altos os índices de endividamento da população, consumismo exacerbado e a perspectiva econômica para 2015 é desfavorável. A falta de educação financeira não impacta apenas no bolso, mas na saúde, no desempenho profissional, no contexto familiar e relacionamentos em geral”, ressalta.

Dayane considera que trazer este tema para ser trabalhado na escola aponta um caminho de prevenção contra os itens citados e muitos outros relacionados às finanças. Alguns países já perceberam a importância do tema, como a Rússia, que reconheceu a falta de educação financeira como principal causa da crise mundial que se estende há sete anos e vai implementar cursos de educação financeira no currículo escolar.

Fonte: http://goo.gl/NFvKWD

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