A batalha comercial envolvendo os Estados Unidos e a China, às duas maiores economias do planeta, colocou sob ameaça a produção de Bíblias. Isso porque o governo do presidente Donald Trump determinou a elevação de taxas de importação dos produtos chineses, a fim de valorizar a indústria americana.

Todavia, é na China que fábricas de grandes indústrias gráficas produzem cópias da Bíblia Sagrada. Por exemplo, a Convenção Batista do Sul, nos Estados Unidos, gasta 31% de seus custos totais de impressão no país asiático.

Da mesma forma, a Sociedade Bíblica Internacional (SBI), que distribui bíblias para mais de 50 países no mundo, possui 72% de todo o seu investimento alocado na China, onde suas Bíblias são produzidas e distribuídas para o mundo.

Apesar de ser um país controlado pelo regime comunista e conhecido por perseguir os cristãos, a China possui um capital aberto. Ou seja, tem um regime político ditatorial, mas é economicamente alinhado com práticas capitalistas, de modo que faz parte do processo de globalização industrial, onde fábricas internacionais utilizam seu território e mão de obra para produzir produtos.

Dessa forma, uma vez que a matéria prima da China é sobretaxada, toda a produção das indústrias que investem no país também é afetada.

Uma tarifa bíblica “afetaria dramaticamente o número de Bíblias que podemos imprimir e distribuir, impactando a liberdade religiosa de indivíduos em países onde o acesso à Bíblia é limitado e muitas vezes inexistente”, disse Geof Morin, CEO da SBI.

Mark Schoenwald, diretor executivo da HarperCollins Christian Publishing, disse que o governo Trump parece não ter percebido que a produção de bíblias também seria afetada ao elevar as tarifas dos produtos chineses. Na prática, isto significaria a redução da capacidade de produção das gráficas.

“Acreditamos que a administração não estava ciente do potencial impacto negativo que essas tarifas propostas teriam nas Bíblias e que nunca pretendia impor” um imposto bíblico “a consumidores e organizações religiosas”, disse Schoenwald, segundo a CBN News.

Após a reação negativa e o alerta emitido pelas Sociedades Bíblias, o governo Trump decidiu excluir da lista de tarifas a produção de Bíblias, permitindo a manutenção dos custos e valores finais ao consumidor, conforme o esperado pelos produtores.

“Estamos satisfeitos que a administração não incluiu Bíblias e outros livros religiosos na primeira lista de produtos a serem sujeitos às tarifas, e atrasou as tarifas sobre livros infantis até 15 de dezembro”, afirmou Maria A. Pallante, presidente e CEO da Association of American Publishers.

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