O Ita Center Park talvez seja uma grande prova de que, por mais que os costumes, brinquedos e brincadeiras mudem ao longo do tempo, certas coisas permanecem. No caso, o que permanece é a adoração das crianças por coisas que pulam, assustam, viram de ponta cabeça e giram muito rápido.
 
“Aquele ali gira você, gira o seu banco e gira a pista! E vai muito rápido!”, dizia Lucas. Ele, de 11 anos, e a irmã Laura, de 9, foram duas das três pessoas que ajudaram esta repórter, que sofre de labirintite e tem medo de altura, a fazer esta matéria. Acompanhada por Lucas, sua irmã e uma jovem de 23 anos, também chamada Laura, a reportagem do jornal A Redação passou a tarde da última sexta-feira (9/1) no Ita Park, em Goiânia.
 
O parque voltou a Goiânia na terceira semana de dezembro e fica até 28 de fevereiro. São 21 atrações no total, divididas entre brinquedos radicais, outros voltados para os pequeninos e outros tradicionais – como o tiro ao alvo, bate-bate, carrossel e montanha-russa.
 
O Ita vem a Goiânia há anos e já se tornou tradição no calendário das férias escolares da cidade. A jovem Laura Rodrigues se lembra da última vez que foi ao parque. “Eu tinha 18 ou 19 anos, então faz quatro ou cinco anos. Quando entrei lá anteontem eu tive a impressão de que os brinquedos são os mesmos e, quando a gente entrou no trem fantasma, eu tive a impressão de que era exatamente o mesmo brinquedo. A decadência é a mesma e parece que está cada vez pior”, lamenta.
Uma aura peculiar paira sobre o Ita e provavelmente sobre vários parques itinerantes do Brasil. Os brinquedos, todos trabalhados em estruturas de metal, são transformados em grandes máquinas coloridas por grafiteiros de gosto duvidoso. O King Loop, por exemplo, não é apenas um brinquedo radical – o tema de “balada” fica bem exposto com um mural grafitado na parte posterior da estrutura. Pessoas levemente deformadas, uma moça ruiva de chapéu apontando para o público com um dedo que muito facilmente poderia estar quebrado e as palavras “music house” são apenas algumas das singularidades. Mas ninguém parece realmente se importar com isso.
 
As crianças, principalmente. Apesar de vazio, a grande maioria do público do parque é de pequeninos e de pré-adolescentes. Vale lembrar que a altura mínima para os brinquedos mais radicais é de 130 cm. Apesar da adoração das crianças pela velocidade e pela possibilidade de ficar de ponta-cabeça durante alguns segundos, o Ita, numa tarde de sexta-feira de férias escolares, estava bastante vazio. A culpa talvez seja do preço – na bilheteria, quem paga meia entrada tem que desembolsar R$ 35 reais. 
 
A falta de público acaba transformando o Ita em uma grande área cimentada vazia, pontuada por estruturas metálicas coloridas. Então, a primeira dica da nossa reportagem é: vá ao parque durante a noite, quando as luzes estão ligadas e dão ao lugar a um colorido mais divertido e esteticamente agradável aos olhos. Ir durante a noite também evita outro problema: o calor.
 
O primeiro brinquedo em que nossa reportagem se propôs a ir foi o trem fantasma e a decepção foi grande. É muito difícil se assustar lá dentro e o incômodo com o calor e com a possibillidade de cair do carrinho é muito maior. Portanto, caso o leitor queira se arriscar, é melhor se segurar bem.
Vale destacar que, no período em que visitamos as atrações, nenhuma delas tinha fila maior que cinco minutos de espera e várias sequer tinham fila. No entanto, foi esperando para entrar na montanha russa que conhecemos os pequeninos e animadíssimos Lucas e Laura, que iam entrar no brinquedo pela quarta vez. A mãe, de fora da fila, queria saber se eles iriam em mais alguma atração depois daquela. A resposta, evidentemente, foi positiva.
 
Perguntei ao Lucas se ele gostava da montanha russa. “Aham!”, respondeu o garoto, ainda ofegante de tanto correr. “Essa é a quarta vez que a gente vai”, completou a irmã. “Mas perde um pouco a graça depois que você vai muito”, ressaltou o garoto.
 
Com apenas um loop e carrinhos que cabem quatro pessoas, a montanha russa é um dos brinquedos de maior sucesso. A outra Laura, moça que se dispôs a ir nos brinquedos radicais que esta repórter não foi, disse que se sentiu desconfortável. “Dividi o banco com um garoto e nós dois temos um porte normal de uma pessoa adulta. Ainda assim, eu me senti apertada dentro do brinquedo. Todas as vezes que o carro ia mais rápido, eu sentia que estava batendo no meu braço e não dava pra eu me ajeitar pra não me machucar”, explicou.

Outro da série dos brinquedos radicais é o King Loop – é a ele que o pequeno Lucas se referia no início da reportagem. A atração consiste em cabines que giram no próprio eixo, giram em relação ao eixo em que estão presas e ainda giram em relação ao eixo central – talvez seja complicado entender essa explicação, então a nossa dica é: vá no King Loop. E tome cuidado com seus bolsos e moedas. E caso o leitor deicida ficar do lado de fora do brinquedo, se mantenha afastado para que moedas em alta velocidade não te atinjam.
 
O King Loop foi um pouco radical demais para Laura e Lucas, que foram somente uma vez e chegaram a pedir uma pausa na divesão. Mas a jovem Laura gostou bastante. “Achei divertido e me senti segura. O brinquedo tem várias formas de trava”, ressalta.
Atendimento ao público
O atendimento dos responsáveis pelas atrações deixa a desejar. Considerando que a maioria do público é de crianças e jovens, falta tato e bom humor na hora de receber os clientes. “Achei o atendimento meio ruim, porque as pessoas quase não falam. Eles quase não têm nenhuma interação com quem está nos brinquedos”, diz a jovem Laura.
 
Em compensação, o funcionamento das atrações acontece sem defeitos. Talvez a música que toca no Ita seja um pouco baixa para esconder os ruídos de despressurização e engenhocas metálicas, mas tudo funciona como deveria. O bate-bate, por exemplo, tem todos os carrinhos funcionais o tempo todo e nenhum deles sofre repentinas quedas de energia.
A montanha russa, os brinquedos de tiro ao alvo, e as lixeiras espalhadas pelo local também são dignas de observação. Tudo muito colorido e sedutor aos olhos. Bonecos de pelúcia da Peppa Pig e da Galinha Pintadinha são apenas alguns dos prêmios disponíveis. No entanto, as atrações que oferecem prêmios também exigem um pagamento de R$ 7.
 
No geral, se você for pai, mãe, tio ou avó, vale a pena levar sua criança para passar boas horas no Ita Center Park. Se possível, leve um amiguinho junto, para que brinquedos como a montanha russa ou o Benny Hill sejam melhor aproveitados. Não se esqueça do dinheiro para os lanches – churros, salgados, cachorro-quente e pizza são algumas das opções. Uma garrafa de água de 300 ml pode ser comprada a R$ 2 e uma lata de refrigerante, a R$ 3.

“Acho que o mais divertido do parque, de forma geral, ainda é o aspecto visual, porque é divertido ver os brinquedos. São coisas coloridas, parece ser divertido do lado de fora. De dentro, nem sempre é legal, mas é divertido ver as crianças e adolescentes entrando nos brinquedos e achando super massa. Acho que o ponto alto do parque ainda é esse – o visual”, finaliza Laura.
 
Serviço:
Ita Center Park

Indicação etária: brinquedos infantis a partir de 2 anos / todos os brinquedos radicais tem classificações diferentes
Período: até 28 de fevereiro
Horário de funcionamento: 14h às 22h.
Passaporte: De segunda a quinta-feira R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia).
Sexta, sábado, domingos e feriados R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia).
Crianças até 10 anos pagam preço único R$ 15.
Meia-entrada permitida a estudantes com carteira estudantil e para visitantes que tragam um acompanhante.
Ingressos para acompanhantes: R$ 5,00 (não dá acesso aos brinquedos).
Informações para clientes: (62) 3999-0327

Fonte: http://goo.gl/7JCH52

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