A juíza Maria José Starling, que segundo a noiva do goleiro Bruno, Ingrid Oliveira, teria intermediado uma negociação de venda de habeas corpus para o atleta, foi afastada do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) nesta quarta-feira (27). A decisão foi tomada pela Corte Superior do TJMG. O goleiro, que está preso por acusação de envolvimento no desaparecimento e morte de Eliza Samudio, e Ingrid denunciaram uma suposta tentativa de extorsão à Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A magistrada era titular da Comarca de Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A decisão da Corte Superior, divulgada pelo Diário Judiciário na noite desta quarta-feira, não explicava o motivo do afastamento da juíza.

A denúncia foi feita durante um depoimento de Ingrid, na Assembleia, no dia 10 de junho. Ela disse aos deputados, segundo a Comissão de Direitos Humanos, que a juíza Maria José teria intermediado conversa de Ingrid com um advogado que participou da defesa do goleiro. Este defensor teria proposto à noiva do goleiro uma assinatura de um contrato de R$ 1,5 milhão com cláusula de impetração de habeas corpus a favor de Bruno.

No dia 28 de junho, em uma audiência na Assembleia, Bruno negou ter proposto ou aceitado qualquer tipo de corrupção para se livrar da acusação pelo desaparecimento e morte de Eliza Samudio. “Quero sair da Nelson Hungria pela porta da frente”, disse. O jogador falou que espera voltar ao trabalhar quando deixar o presídio. “Quero sair dali, para dar continuidade à minha carreira e cuidar dos meus entes queridos”. O jogador, que vai a júri popular pelo desaparecimento e morte de Eliza Samudio, pediu aos fãs que acreditem na inocência dele. “Eu não pude dar retorno, agradecer todos os meus fãs. Podem acreditar em mim, nas minhas palavras. Eu sou inocente”, disse.

O G1 falou com o advogado Getúlio Barbosa de Queiroz, que defende a juíza, no dia 28 de junho. À época, ele negou o envolvimento de Maria José Starling em supostas irregularidades envolvendo o caso do goleiro Bruno. Segundo Queiroz, “a juíza Starling não tem competência para colocar o Bruno para fora, para liberar da prisão. Não pode revogar a decisão da Marixa (Rodrigues, juíza da comarca de Contagem, que proveriu sentença de pronúncia contra os réus)”, disse. Nesta quarta-feira (27), o advogado foi procurado pela reportagem e não foi encontrado para falar sobre o assunto.

Réu pela morte de Eliza Samúdio
Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza Samudio deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul. Segundo a polícia, Eliza teria sito morta no início de junho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Polícia Civil indiciou Bruno e mais oito envolvidos no desaparecimento e morte da jovem. A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público em agosto de 2010. O corpo de Eliza não foi encontrado.

Em dezembro de 2010, a mulher de Bruno, Dayanne; a ex-namorada de Bruno, Fernanda Gomes de Castro; o caseiro do sítio, Elenílson Vítor da Silva; e Wemerson Marques, o Coxinha, foram soltos e respondem em liberdade. O goleiro, o amigo Macarrão e o primo Sérgio estão presos e vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Fonte: G1

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