Segundo a Agência Municipal de Trânsito (AMT), cerca de 1,2 mil pessoas participaram na manhã desta quarta-feira (12), em Goiânia, da Marcha Contra a Corrupção. O movimento atraiu estudantes universitários, professores, profissionais liberais e donas de casa.

 Vestidos de preto, durante os 4 km percorridos no Centro da capital, entre a Praça Universitária e a Praça Cívica, os manifestantes levantaram faixas e cartazes com o objetivo de chamar atenção da sociedade para o fim do voto secreto no Congresso Nacional e o cumprimento da Lei Ficha Limpa entre os representantes políticos.

Em Brasília, também aconteceu  o  ato contra a corrupção. Com  faixas, bandeiras do Brasil e caras pintadas, caminharam do Museu da República até o Palácio do Planalto com pedidos que vão desde a aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições do ano que vem até a realização de concurso público.

Embora o foco da marcha desta vez tenha sido o fim do voto secreto nas votações do Congresso e a validação da Lei da Ficha Limpa para as eleições de 2012, muitos manifestantes aproveitaram para fazer reivindicações paralelas, como o aumento de salário para militares e a realização de mais concursos públicos.

A pedagoga Ivone Luzardo, presidente da União Nacional das Esposas de Militares, carregava uma faixa pedindo aumento salarial. “Se não tivesse tanta corrupção, a gente estaria melhor no orçamento”, afirmou.

O publicitário Timóteo da Cunha levava uma faixa com versículos bíblicos com amigos da igreja. “Queremos pregar remissão e arrependimento dos políticos”, disse. “A gente acredita na restauração da Igreja, que teve um papel político no passado, mas não está tendo esse papel hoje”, afirmou o bancário Paulo Rezende.

Muitos manifestantes carregavam faixas com temas ligados ao Judiciário. Alguns pediam agilidade em processos judiciais. Outros se manifestavam a favor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na ação que pode limitar os poderes do órgão e será julgada pelo Supremo Tribunal Federal.

“A ministra Eliana Calmon [corregedora nacional do CNJ] fez um discurso de combate a juízes corruptos e foi tolhida. Nós declaramos nosso apoio a ela”, disse o servidor público Rodrigo Bessoni.

Durante a concentração, um manifestante que carregava uma faixa com os dizeres “apoio a Eliana” chegou a ser vaiado por outros manifestantes. A organização do evento, que se declara apartidário, incitou a vaia por achar que a mensagem se referia à deputada distrital Eliana Pedrosa. Diante da explicação do manifestante de que o apoio era à ministra Eliana Calmon, a organização pediu desculpas.

O artesão Antônio Macedo foi à marcha com o carro decorado por peças que ele mesmo produz. Ele planejava um ato contra a corrupção em Santo Antônio do Descoberto (GO), no Entorno do DF, mas quando soube da marcha decidiu mudar o trajeto.

“Esse carro tem a sentinela, as velas do velório, o sepultamento da corrupção”, explicou Macedo. “Não sou comunista, não sou subversivo, não sou revolucionário. Só sou envergonhado”, afirmou.

Alguns pais levaram os filhos para comemorar o Dia das Crianças na Marcha. A farmacêutica Patrícia Teixeira estava com a filha Júlia, 8 anos. As duas usavam a mesma roupa e acessórios para fazer “uma faxina contra a corrupção”: avental, escova, luvas e vassouras. “Acho importante conscientizar. Se a gente não colocar esse princípio na cabeça delas, não vai adiantar”, disse.

A caminhada, cujo início estava previsto para as 10h, se encerrou em torno de 12h30, em frente ao Palácio do Planalto, onde os manifestantes cantaram o hino nacional.

Fonte: G1

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