O ex-governante da Líbia, Muamar Kadafi, de 69 anos, foi morto na Líbia ontem, informou o primeiro-ministro interino do país do Magreb, Mahmoud Jibril. Kadafi foi morto na sua cidade natal de Sirta, último reduto dos seus partidários no oeste da Líbia, onde o ex-governante entrincheirado resistia aos bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e aos ataques das tropas do novo governo líbio. Um dos filhos de Kadafi, Mutassim, também foi morto na conquista da cidade pelos ex-insurgentes. 
Familiares das vítimas do atentado de Lockerbie, quando terroristas supostamente a soldo do regime de Muamar Kadafi explodiram um Boeing 747 sobre a Escócia em 1988, se disseram aliviados com a morte do ex-governante líbio. Kadafi foi acusado de ser o mentor da explosão do avião da Pan American, que matou todos os 259 passageiros e tripulantes a bordo, bem como 11 escoceses na cidade de Lockerbie, atingidos por destroços da aeronave.
A norte-americana Susan Cohen, que perdeu sua filha de 20 anos, disse que o mundo será um lugar melhor sem Kadafi. Ela disse esperar que Kadafi tenha deixado provas do envolvimento líbio no atentado. Muitas das vítimas de Lockerbie eram norte-americanos que viajavam de Londres a Nova York. Em Londres, o primeiro-ministro britânico David Cameron disse que “hoje é um dia para lembrar todas as vítimas de Kadafi”.
O governo interino deverá fazer hoje uma declaração de libertação e final da luta, uma vez que ainda existem milhares de partidários de Kadafi na Líbia. As circunstâncias sobre a morte de Kadafi, que aparentemente foi capturado vivo por combatentes do governo interino da Líbia, ainda não estão claras. “Esperamos um longo tempo por este momento. Muamar Kadafi foi morto”, disse Jibril em entrevista coletiva na capital líbia.
O governo dos EUA não confirmou a captura e morte de Kadafi, embora o presidente dos EUA, Barack O­ba­ma, tenha comentado a morte do ex-governante. A Otan disse que ainda avalia as informações sobre os incidentes.
A Anistia Internacional, grupo de defesa dos direitos humanos com sede em Londres, pediu ao governo interino da Líbia que torne públicos os detalhes completos sobre a morte de Kadafi e afirmou que os membros do antigo regime precisam ser tratados de uma maneira hu­- manitária. Segundo o grupo, é essencial que seja conduzida uma “investigação completa e imparcial para estabelecer as circunstâncias da morte do coronel Kadafi”.
O filho
O ministro da informação do governo interino da Líbia, Mahmoud Shamman, disse por telefone que outro filho de Kadafi, Seif al-Islam Kadafi, foi capturado, ontem, pelas forças do governo. Segundo ele, Seif está ferido e foi preso em um hospital em Sirta.
Um pouco mais cedo, Jibril informou oficialmente os Estados Unidos sobre a morte de Kadafi. Segundo informações da agência italiana Ansa, que citou a emissora de televisão Al Jazeera do Catar, Kadafi foi morto pelos insurgentes após ter sido capturado em um buraco em Sirta. Ele teria gritado “não disparem” aos seus captores, que o jogaram contra o capô de uma picape, mostra o vídeo da Al Jazeera. 
Aparentemente, Kadafi foi morto logo depois, embora as imagens exibidas pela emissora do Catar não mostrem o momento da execução. Mostram apenas o cadáver ensanguentado do ex-governante líbio no chão.
 
Fonte: Agência Estado

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