Os preparativos para a destruição do arsenal químico da Síria estão em andamento. Dos 23 locais onde as armas eram armazenadas, apenas um não foi vistoriado dentro do prazo, e já foram eliminados tanto os equipamentos de produção quanto 60% das cápsulas de munição não preenchidas.

“Mas o verdadeiro trabalho começa agora”, afirma Ralf Trapp, especialista em armas químicas que trabalhou durante muitos anos na Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq). A próxima etapa é a eliminação de mil toneladas de armas químicas e, para tal, elas precisam ser transportadas para o exterior. Só que não há ainda um país disposto a aceitar tal carga.

A Opaq ao menos já apresentou um cronograma detalhado, contendo marcos concretos. Segundo o diretor-geral da organização, Ahmed Üzümcü, as substâncias mais perigosas, os gases sarin e mostarda, devem ser retiradas do país até o final do ano e destruídas até abril de 2014.

Todas as outras substâncias e seus produtos intermediários têm prazo até 5 de fevereiro de 2014 para ser transportados para outros países, e até o final de junho para ser eliminados. Conforme a Resolução 2118 da ONU, até essa data todo o arsenal deverá ter sido destruído.

190 países em cogitação

Até o momento, nenhuma nação se declarou disposta a acolher e destruir as substâncias em seu território. Assim como a Noruega e a Bélgica, a Albânia também recusou o pedido dos Estados Unidos nesse sentido, sob a alegação oficial de “falta de capacidade”.

Apesar de antes ter se candidato voluntariamente para a missão, o governo albanês recuou devido a protestos da população. O país era considerado uma opção também pelo fato de, em 2007, já ter eliminado o próprio arsenal químico da época comunista.

Qualquer um dos 190 países que assinaram a convenção de armas químicas pode oferecer ajuda. No entanto, a Opaq está negociando primeiramente com os 41 integrantes de seu conselho executivo, diz Sausan Ghosheh, porta-voz da missão da organização na Síria.

Consta que Washington já se dirigiu à França. “Em primeira linha, entram em cogitação todos os países que nos últimos anos já se ocuparam da eliminação de armamento químico”, explica o especialista Trapp. Desde 1997, uma convenção da ONU proíbe não só o emprego como também a posse desse tipo de armas.

Fonte: DW.DE

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