Quase 7 mil pessoas pertencentes a um grupo minoritário cristão em Kachin, que fica no norte de Mianmar, fugiram de suas casas desde o início dos combates entre o exército e um grupo rebelde no início de abril deste ano. As informações são de dados recentes da Cruz Vermelha.

“É uma guerra onde civis estão sendo sistematicamente atacados por membros do Exército de Mianmar. A comunidade internacional escolhe ignorar isso”, disse a analista política e escritora Stella Naw ao jornal britânico The Guardian no dia 14 de maio de 2018.

Ela ainda diz que a atenção internacional em Mianmar concentrou-se na crise humanitária enfrentada pelos muçulmanos do país.

Milhares de vidas foram perdidas e pelo menos 120 mil pessoas foram deslocadas nas décadas de conflito com o Exército Independente de Kachin (KIA) desde que os militares tomaram o controle do país em 1962.

“É uma guerra invisível”, disse San Htoi, secretário-geral da Associação de Mulheres de Kachin, na Tailândia. Ela disse ao The Guardian que em uma visita recente, representantes do Conselho de Segurança da ONU foram apenas ao estado de Rakhine e “deixaram o país sem saber sobre Kachin”.

Segundo Thomas Muller, analista da Portas Abertas, instituição de caridade que oferece apoio aos cristãos que sofrem perseguição por causa de sua fé, é improvável que a situação atraia mais atenção “já que Mianmar está cada vez mais sob influência econômica e política da China, seu grande vizinho”.

“A China apoia a minoria Wa em Mianmar e pode efetivamente vetar qualquer inquérito sobre a situação de qualquer minoria, e muito menos quaisquer melhorias ou medidas para acabar com a guerra civil”, acrescentou Muller.

Após o bombardeio de uma escola missionária no estado, que aconteceu no dia 12 de maio, Hkun Htoy Layang da Fundação Kachin Relief disse à Christian Solidarity Worldwide: “É escandaloso que o exército de Mianmar tenha como alvo uma escola missionária Kachin Baptista. Estamos muito preocupados que o exército esteja atingindo mais civis em todo o estado de Kachin, com impunidade”, finalizou.

Fonte: Guiame

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