Crime passional? Briga de torcidas? Para a Polícia Civil é de tudo um pouco. Dois membros da torcida organizada Força Jovem Goiás (FJG) estão presos desde a manhã de ontem por envolvimento na morte de um torcedor do Vila Nova em Goiânia. O presidente da torcida, Evandro Rodrigues Cavalcante, de 34 anos, é acusado de mandar o colega de torcida Rodrigo Rodrigues de Souza matar o adolescente Lucas Arantes Silva de Moraes, de 17 anos.

A vítima participava da torcida Sangue Colorado, do Vila, e foi morta com um tiro no dia 25 de junho no Residencial Goiânia Viva, Região Sudoeste de Goiânia. O jovem teve um relacionamento afetivo com uma garota de 15 anos, filha de Evandro.

Para a Polícia Civil não há nenhuma dúvida de que a disputa entre as torcidas adversárias foi o elemento catalisador do crime. “Se o adolescente fosse torcedor do Goiás e membro da Força Jovem, com certeza não teria sido assassinado. A origem de tudo foi na rixa entre as duas torcidas. Afinal, o pai não aceitou que a filha namorasse com o torcedor de um time rival e, pior ainda, de uma torcida organizada rival”, explica um policial que participou das investigações.

Evandro e Rodrigo foram presos em suas casas na manhã de ontem cumprindo mandado judicial de prisão temporária (validade de 30 dias). Eles estão recolhidos em celas da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH). Segundo informações da Polícia Civil, eles vão responder por homicídio qualificado, que tem pena variando de 12 anos a 30 anos de cadeia para cada um deles. O fato de um ser apontado como mandante e o outro como autor, conforme a investigação policial, não diferencia o indiciamento dos suspeitos. “Eles respondem pelo mesmo crime. Não há diferenciação”, explica uma fonte na Polícia Civil.

Segundo a apuração policial, Evandro acertou com Rodrigo a eliminação do adolescente que tinha relacionamento com a filha do presidente da Força Jovem. Com um revólver, Rodrigo atirou cinco vezes contra Lucas, que estava na rua. Apenas um tiro acertou na vítima. Nem precisou de outros, já que o torcedor do Vila morreu. A morte teria acontecido após o confronto entre as torcidas adversárias.

Negativa

Pouco depois da morte do adolescente, Evandro Rodrigues foi convocado pela Polícia Civil para depor a respeito do caso. Na oportunidade, quando compareceu acompanhado da filha de 15 anos, ele negou qualquer envolvimento na morte de Lucas. Mas a Polícia Civil, durante as investigações, foi ligando os pontos até chegar à confirmação do envolvimento de Evandro e de Rodrigo no crime.

Segundo apurou O POPULAR, o advogado de Evandro Rodrigues Cavalcante será Nilson Pedro da Silva, que não foi localizado para falar sobre a acusação contra Evandro, apesar de várias ligações terem sido feitas para o escritório de advocacia. Apesar da prisão ter sido efetuada ontem, a Polícia Civil só vai apresentar oficialmente hoje pela manhã Evandro e Rodrigo como ligados ao crime.

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