O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, lançou no sábado (3) a pedra fundamental para a primeira nova igreja do país desde que se tornou uma república moderna em 1923.

A igreja no subúrbio de Yesilkoy, em Istambul, servirá a comunidade cristã síria de 17 mil pessoas, que também está pagando pelo novo prédio. Os cristãos siríacos fazem parte da tradição cristã oriental e oram em aramaico, que acredita-se ser a língua que Jesus falava.

“É dever da república turca atender à necessidade de espaço para as reuniões da comunidade siríaca, que são filhos antigos dessa geografia”, disse Erdogan durante a cerimônia de colocação do primeiro bloco de pedra da construção.

Erdogan disse que espera que a construção da Igreja Ortodoxa Siríaca Mor Ephrem seja concluída dentro de dois anos.

Ele ordenou que o município de Istambul encontrasse espaço para o prédio em 2009, quando era primeiro-ministro. O terreno pertencente à Igreja Católica Latina e faz parte de um cemitério italiano.

Nos últimos anos, a Turquia restaurou e reabriu igrejas, mas o governo de raízes islâmicas tem sido criticado por restringir a liberdade religiosa para a minoria cristã do país. Os cristãos representam cerca de 0,2% da população da Turquia, enquanto 98% é muçulmana.

Um dos casos mais simbólicos de restrição ao cristianismo é do pastor Andrew Brunson, que foi preso em 2016 sob acusação de estar ligado a um grupo terrorista que promoveu uma tentativa fracassada de golpe contra Erdogan.

Brunson, que viveu na Turquia por mais de 20 anos, foi libertado no ano passado e retornou aos Estados Unidos depois que o governo Trump exigiu sua libertação.

Em uma conferência realizada pela Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos EUA em junho, Brunson expressou sua preocupação sobre o aumento da perseguição cristã na Turquia.

“Ainda há um alto grau de liberdade para os cristãos em relação a outros países muçulmanos da região, mas estou preocupado que todos os sinais apontem para essa mudança em breve”, afirmou Brunson.

“Há um número de pessoas na igreja turca, que vêem muitos cristãos estrangeiros sendo expulsos do país, muito preocupadas com o que vai acontecer com elas”, acrescentou.

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