O PSDB optou pelo deputado estadual Fábio Sousa para disputar a eleição de outubro que decidirá o comando do Paço Municipal. Ontem, uma reunião que teve início às 16h30 e terminou às 19h40, no Palácio Pedro Ludovico, definiu o nome tucano para a disputa que é hoje liderada nas sondagens de opinião pública pelo prefeito Paulo Garcia (PT). O deputado federal João Campos (PSDB) abriu mão da disputa e Fábio Sousa se colocou à disposição.
O grupo que integra a base, entretanto, não fechou exclusivamente com o representante tucano, mas permaneceu aberto para que ocorram disputas paralelas. Armando Vergílio (PSD), Francisco Júnior (PSD), Jovair Arantes (PTB) e Sandes Júnior (PP) permanecem na disputa. E, dificilmente deste grupo sairá o vice de Fábio Sousa, que precisa buscar possivelmente um neófito para formar a cabeça de chapa. O democrata Rafael Rahif, novato em disputas eleitorais, pode ser ele. Ronaldo Caiado, presidente estadual do DEM, lançou o advogado da área civil e empresarial como candidato a prefeito.
É a primeira vez que o PSDB disputa as eleições municipais em 12 anos. Nas últimas vezes, optou por apoiar Sandes Júnior, que não logrou êxito em sua tentativa de derrotar Iris Rezende (PMDB). Desde Nion Albernaz que o partido não consegue encontrar um nome na Capital para fazer frente ao grupo petista e peemedebista, que se reveza no poder. “É um rapaz articulador”, disse Paulo de Jesus, presidente do PSDB, após a escolha. Ele elogia a disposição de Fábio, que entra numa disputa difícil, sem maiores recursos e com potencial ação neutra do Estado. O governador Marconi Perillo pretende dar exemplo de como não colocar a máquina estatal a serviço das campanhas políticas.
Por isso mesmo Marconi pediu a união da base e ‘juízo’ do grupo. Em uma campanha contra um candidato que tem a administração nas mãos, caso do prefeito Paulo Garcia, o ideal seria juntar forças, recursos e tempo de TV. Era esta também a tese de Nion Albernaz, coordenador do Conselho Político do PSDB. Vilmar Rocha, secretário da Casa Civil, entretanto, acredita em candidaturas paralelas. Ele foi um dos últimos a chegar à reunião de ontem e manteve a mesma postura. Conforme Paulo de Jesus, os demais partidos podem modificar suas composições e anunciar novidades até o dia 30. Nos próximos dois dias, a tendência é que ao menos dois pré-candidatos desistam de suas pretensões. É esperada para amanhã uma reunião definitiva que possa apontar de vez quem da base aliada continuará no pleito.
Persistência
Uma das principais características de Fábio Sousa neste processo de escolha foi a persistência. Do grupo, ele foi o primeiro a sair candidato e também o primeiro a estudar de forma mais analítica os problemas da Capital. Foi preterido quando o Conselho Político escolheu o deputado federal e ex-secretário Leonardo Vilela. Fábio chegou a elaborar um trabalho com as principais demandas da Capital e se reuniu com variados grupos da sociedade para falar de Goiânia. Na lista de opções, o partido teria ainda João Campos, que se mostrou desmotivado para enfrentar tamanha missão. O diferencial de Fábio Sousa é sua postura irretocável de deputado atuante, o interesse em ser, de fato, candidato e não ter seu nome envolvido em episódios com o Carlos Cachoeira ou investigações da Delta.
Em contrapartida, vai precisar desvencilhar o desempenho político da religião (ele é evangélico), sua principal base eleitoral, e ampliar o discurso, tornando-se aceitável a todos os grupos eleitorais. Na disputa, não tem nada a perder. Pode, no mínimo, acelerar a capitalização de votos para tentar uma vaga na Câmara Federal em 2014.
Fonte: Diário da Manhã