O crime que envolve policiais e tirou a vida de um jovem de 22 anos, Pedro Henrique de Queiroz, segue sem solução há três anos. No dia 7 de setembro de 2008, Pedro, recém formado em Direito, casado há um ano, e pai de um bebê de sete meses, foi baleado na nuca quando voltava do batizado do filho. O processo, que indica dois policiais militares como os responsáveis pela morte, está em fase de recursos. A mãe da vítima, Maria do Rosário Fernandes Queiroz, 61, quer acreditar que o caso esteja perto de ser julgado. 
 
Os policiais, o soldado Gevane Cardoso da Silva e o cabo Marcelo Sérgio dos Santos, foram indiciados pela Polícia Civil por homicídio doloso – quando há intenção de matar. A primeira audiência foi realizada quase um ano depois do episódio, em agosto de 2009. O processo administrativo na corregedoria da Polícia Militar ainda não foi concluído e, por isso, eles ainda estão trabalhando na corporação.
 
Nesta segunda-feira a família vai realizar um culto em homenagem a vítima, às 20 horas, na residência dos pais, no Setor Sul. Desde que Pedro Henrique morreu diversas homenagens e manifestações por justiça já foram feitas. Seu irmão mais velho, Roberto Filho, 34 anos, conta que já foram 10 passeatas e um abaixo assinado com 23.940 assinaturas, que foi encaminhado ao Ministério Público.
 
Um dia antes de completar três anos da morte de Pedro, a reportagem esteve na residência da família. A presença da vítima no local é fortalecida com banners e adesivos nos carros. Todos com uma foto e a frase: “Não quero ser mais um”. Maria do Rosário conta que a casa antes da morte sempre foi muito alegre. “Principalmente nos finais de semana.” Agora a vida não é mais a mesma. Ela, o marido e os dois filhos que restaram fazem tratamento psicológico para superar o trauma. 
 
Diante de tanta morosidade da Justiça, Maria do Rosário encontra forças no neto, filho de Pedro, que hoje está com três anos e a visita frequentemente. “Quero que eles sejam condenados para provar que bandido não é intocável e mostrar para o meu neto o quanto nós lutamos para que a justiça fosse feita.”
 
O irmão mais velho sofre tanto quanto a mãe. “Metade de mim foi embora.” Nessa época do ano a dor aumenta. “Pode passar o tempo que for que a dor parece não ser amenizada.” Ele conta que sempre defendeu o irmão e na noite do crime foi impossibilitado. “O duro é pensar que são três anos e nada melhorou, parece que está ficando é pior.”
 
Quando Pedro morreu já não morava mais na casa dos pais. Ele vivia com a mulher e o filho em um condomínio no Jardim América. Porém, o quarto na casa dos pais ficou intacto. A decisão de desmontá-lo só foi tomada após a morte. “Para poupar o filho dele”, disse Maria do Rosário. Roberto resolveu guardar os objetos em uma caixa que fica em seu quarto para se lembrar com carinho de algumas situações.
 
Fonte: O Hoje

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