A Polícia Civil fez a maior apreensão de cocaína da história de Goiás – até entre as feitas pela Polícia Federal e Militar. Foram 192 quilos e meio, sendo metade da droga pura e o restante de pasta-base, que eram trazidos da Bolívia para Goiânia. O entorpecente, que entrou no País por Cáceres (MT) e foi interceptado pela polícia em Itaberaí (a 100 quilômetros da capital) na noite de segunda-feira, foi avaliado em R$ 100 milhões, o que representa também a maior apreensão em valores já feita no Estado – comparado a qualquer tipo de droga. Três pessoas foram presas durante a ação.
 
O total recolhido representa 83% de todas as apreensões de cocaína em 2011, quando foram recolhidos 230 quilos (o que inclui crack, oxi e pasta-base). A maior apreensão daquele entorpecente em Goiás havia sido registrada justamente no ano passado, em agosto, quando a PC estourou um laboratório de refino no Setor Santos Dumont, em Goiânia, e encontrou 100 quilos. Na ocasião, a droga foi avaliada em aproximadamente R$ 2 milhões (por ser de baixa qualidade). No que diz respeitos a todos os entorpecentes, a maior apreensão tinha sido entre os anos de 2007 e 2008, com o recolhimento de cinco toneladas de maconha. 
 
A cocaína, segundo explica o delegado Alexandre Meinberg, adjunto da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), seria distribuída para comercialização principalmente no carnaval, em Goiânia, sul do Estado, no Triângulo Mineiro e em São Paulo. A metade de cocaína pura, conhecida como “escama de peixe”, poderia ser comercializada até a R$ 15 mil o quilo no atacado – trata-se de uma qualidade mais alta da droga e mais elitizada. 
 
Varejo
Cada porção no varejo, conforme o delegado, é vendida até por 20 reais. Já a pasta-base tinha como destino a fabricação de crack. A quantidade apreendida poderia se transformar, dependendo do tamanho, em cinco a oito milhões de pedras, avaliadas no valor de R$ 80 mil. A proporção é de um para cinco, o que quer dizer que cada quilo de pasta-base pode se transformar em cinco quilos de crack.
 
Os policiais chegaram até os traficantes após seis meses de investigações e monitoramento dos suspeitos. Na segunda-feira, Fernando Lima, de 43 anos, e a mulher Rogéria Batista, 31, saíram de Goiânia em um veículo Monza com destino a Itaberaí. Eles tinham como missão levar um motorista para conduzir o caminhão carregado com a droga para a capital. O casal, que foi preso durante a ação, teria sido contratado por Francisco Ferreira, de 47 anos, que possui passagens por tráfico e roubo, e era uma espécie de fiscalizador da droga, ou seja, por fazer todo o esquema dar certo. Ele também foi detido.
 
A droga foi levada de Cáceres até Itaberaí em um caminhão baú e estava escondida em um fundo falso. A PC descobriu a artimanha dos traficantes após medir as laterais do veículo do lado de dentro e de fora – havia uma diferença de 23 centímetros. Para disfarçar, a carroceria estava carregada com móveis e eletrodomésticos. O caminhão foi interceptado em um posto de combustíveis, quando os presos efetuavam a troca de motoristas. O condutor que trouxe o caminhão de Cáceres (cidade usada como entreposto) até a cidade goiana não foi identificado. Meinberg observa que, possivelmente, nenhum dos motoristas sabia a carga que transportava. 

 Fonte: O Hoje

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