Nos últimos dias, uma das melhores notícias para os brasileiros veio no caderno de economia. A proposta do governo de reduzir os juros e o custo dos serviços nos bancos públicos é o sinal que muita gente esperava para recuperar a confiança num processo de crescimento que vem se mantendo contínuo, graças à atitudes acertadas como essa.

A redução dos juros, mesmo que apenas no Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, terá um efeito salutar e de alcance progressivo.  A proposta do Governo Dilma é corrigir uma distorção histórica que promoveu uma vantagem inadequada e injusta a favor dos bancos e do Mercado Financeiro.

Os banqueiros sempre fizeram a festa no pais. Boa parte das riquezas geradas pelo setor produtivo, pelos trabalhadores brasileiros, parou nas mãos de quem explorou esse sistema pernicioso, de ganhos abissais. Ano após ano, os lucros dos bancos ultrapassam marcas históricas e representam recordes enquanto quem produz o desenvolvimento amarga um custo muito alto para manter a máquina funcionando.

Vários governos tentaram um acordo. Nada que significasse prejuízo para os banqueiros, apenas uma adequação para faixas de lucros mais razoáveis. A resistência do setor é histórica. Banqueiro não abre mão do máximo lucro, não abre mão do ganho extraordinário. Essa exploração repercute na exploração de mão de obra daqueles que ficam na ponta do atendimento ao público. Os altos lucros não se traduzem em conforto para os clientes, em prestação de serviços com excelência. Apesar dos juros altos, dos serviços caros, o usuário parece mendigar crédito, com pires na mão, a espera de facilidades.

O passo dado pelo governo, de reduzir as taxas, significa perdas imediatas, mas também significa o reconhecimento de que a sociedade que produz já deu sua contribuição. Agora é vez de estimular os cidadãos que consomem e os que querem empreender. O desenvolvimento do Brasil não virá da especulação financeira, virá das micro e pequenas empresas que geram independência das famílias das classes emergentes e promovem o desenvolvimento humano. A cultura empreendedora é o verdadeiro fundamento das nações que conseguiram oferecer ao seu povo qualidade de vida, alto nível educacional e o estado de bem estar social.

A iniciativa por orientação da presidenta Dilma certamente será o gatilho para uma reforma em todo o sistema financeiro. A economia saudável favorece a competitividade e já está sendo alardeado o primeiro efeito: a migração dos correntistas para as instituições com mais apelo. Claro que para não perder mercado, os demais bancos também deverão seguir esse movimento e estará estabelecido um ciclo virtuoso e extremamente benéfico para o país.

Com juros mais baixos, a especulação financeira vai perder o interesse e quem quiser lucratividade talvez vá preferir aplicar o  dinheiro em atividades que também beneficiem o crescimento. O Brasil está há muito esperando uma onda de investimentos em infra-estrutura e carece de uma classe de investidores visionários, arrojados o suficiente para enxergarem a oportunidade que é apostar no futuro da nação. Logística, educação, formação de mão de obra qualificada, tecnologia da informação, urbanismo e mobilidade são só algumas das áreas que podem ser bem receptivas ao  investimento, trazendo retorno para os donos do capital assim como para a coletividade.

A cada gesto acertado como esse, a cada passo corajoso que o governo dá, reacende a esperança de que o Brasil está mesmo entrando em uma nova fase e de que dias melhores estão muito próximos. Quem estiver preparado e atento pode estar prestes a se deparar com novas portas e oportunidades.

 César Augusto Machado de Sousa é Apóstolo, Escritor, Radialista. Escreve todas as terças-feiras para o DM. E-mail apostolo@fontedavida.com.br

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