Criminosos passaram a utilizar aviões clonados para trazer drogas ao Brasil, segundo integrantes da Polícia Federal e das Forças Armadas. O número de apreensões e o material interceptado em investigações mostram uma opção preferencial dos traficantes pelo transporte aéreo. Apenas em Mato Grosso, 70% da cocaína apreendida no ano passado veio da Bolívia pelo ar, com o uso de aeronaves ilegais ou em voos irregulares, segundo a PF.

O aumento das apreensões em rodovias é uma das possíveis explicações para a busca de formas de driblar a lei. Só em 2010, a PF apreendeu em todo o país mais de 27 toneladas de pasta base de cocaína – três a mais do que no ano anterior. Outras cinco toneladas foram apreendidas pela Polícia Rodoviária Federal. Já em São Paulo, a Polícia Rodoviária Estadual impediu que 18 toneladas fossem para as ruas. Quinze toneladas eram de maconha, droga mais barata do que a cocaína e cuja perda, para os traficantes, não compensa o transporte por aviões.

Desde 2009, registros da FAB e da PF apontam ao menos seis casos de clonagem de prefixos de aeronaves brasileiras. Os casos ocorreram em Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Nas ocasiões, aeronaves paraguaias ou bolivianas copiaram prefixos brasileiros. No mesmo período, ao menos oito aeronaves ilegais com drogas foram interceptadas pela FAB e obrigadas a pousar, mas nenhuma foi abatida.

Balanço e interceptações
Há duas semanas o G1 entra em contato com a Coordenação-Geral de Polícia de Prevenção e Repressão de Entorpecentes da PF (Cgpre) solicitando informações sobre o número de aeronaves apreendidas por envolvimento com o tráfico e como a corporação age nestes casos, mas a assessoria a PF disse que não poderia atender o pedido.

Vídeos e interceptações telefônicas realizadas pela PF em toda a faixa de fronteira, desde Paraná até Rondônia, obtidos com exclusividade pelo G1, confirmam o avanço recente do uso de monomotores e bimotores para o transporte de entorpecentes do Paraguai e da Bolívia com destino ao Sudeste e ao Centro-Oeste do Brasil.

fonte: g1

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