O médico paquistanês envolvido na caçada a Osama Bin Laden disse que não sabia o papel que estava desempenhando no assassinato do chefe da Al-Qaeda, em maio 2011, em uma recente entrevista concedida de dentro da prisão.

Shakil Afridi teria se passado por um representante de uma campanha de vacinação contra hepatite B para tentar obter amostras de DNA de familiares do saudita que chefiava a rede extremista internacional.

“Eu sabia que alguns terroristas estavam residindo naquele local, mas eu não sabia quem. Eu fiquei chocado, não acreditava que estava envolvido com o assassinato”, contou em uma entrevista ao canal Fox News, feita por telefone, de dentro da prisão na cidade de Peshawar, no Paquistão.

Foi a primeira vez que o médico falou com a imprensa desde que foi detido. Ele contou ter sido torturado com choques elétricos e queimaduras de cigarro quando interrogado pela agência de inteligência do Paquistão (ISI, na sigla em inglês).

Afridi disse que ficou vendado por oito meses e algemado por um ano em uma cela embaixo do quartel-general do ISI.

“Eles diziam: Os americanos são os nossos piores inimigos, piores do que os indianos”, conta.

O médico lembra que foi aconselhado pela agência de inteligência norte-americana, CIA, a fugir para o Afeganistão.

No entanto, ele disse que tinha medo de cruzar a fronteira dos países e pensou que não seria necessário fugir, já que não sabia que estaria envolvido na morte de Bin Laden.

Afridi foi preso 20 dias depois da morte do chefe da Al-Qaeda, no dia 22 de maio do ano passado, em um posto de controle em Hayatabad.

Ele foi condenado a 33 anos de prisão em maio deste ano por financiar e auxiliar um grupo militante. No entanto, diversos correspondentes dizem que é senso comum que a pena é uma punição por ter ajudado a CIA.

Médico Shakil Afridi

O médico Shakil Afridi disse que não sabia que estaria envolvido com o assassinato de Bin Laden.

Fonte: BBC

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