Policiais federais cumpriram 12 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão na manhã desta quarta-feira (31) em uma operação para desarticular um grupo criminoso suspeito de práticas como lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

O inquérito policial teve início em março deste ano após a constatação de que uma pequena igreja havia movimentado em suas contas quase R$ 400 milhões em operações financeiras.

Com as investigações, a polícia descobriu que se tratava de uma empresa que nunca teve existência física. A associação religiosa foi criada para ter imunidade tributária e diminuir as chances de uma investigação.

A quadrilha criou diversas empresas de fachada e as usava –durante um curto período de tempo, para evitar a fiscalização– para receber recursos de empresas reais e depois enviá-los para o exterior por meio de “doleiros”.

Segundo estimativas, o prejuízo total à União e ao Estado de São Paulo, pelo não recolhimento dos tributos devidos e pelas fraudes detectadas passam de R$ 150 milhões ao ano.

CORRUPÇÃO

O grupo também atuava para empresas devedoras do fisco estadual, que já haviam sido autuadas ou que haviam tido seus recursos administrativos julgados improcedentes.

Eles contavam com a colaboração de servidores públicos vinculados à área tributária, que sumiam com os processos de fiscalização das repartições públicas e apagavam os registros nos sistemas de informática.

A investigação aponta que eles eram levados em partes, escondidos em bolsas ou mochilas e depois eram entregues aos chefes da quadrilha, que os entregavam para os empresários envolvidos.

Há evidências de que os valores de multas fiscais variavam entre R$ 1 e R$ 35 milhões.

Foram apreendidos 14 veículos, 5 procedimentos fiscais de pessoas jurídicas e 1 de pessoa física, US$ 30 mil e R$ 100 mil.

Os investigados devem responder por crime contra o sistema financeiro, subtração de processos, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, formação e quadrilha, falsidade ideológica e sonegação fiscal. As penas somadas podem atingir 28 anos de prisão.

Fonte: Folha

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